quinta-feira

Quiropraxia e o atendimento geriátrico


Para se avaliar um paciente geriátrico é importante levar em consideração as mudanças fisiológicas que ocorrem no corpo destes pacientes. O protocolo de atendimento é semelhante ao dos pacientes jovens, com algumas modificações relacionadas à idade, utilizando-se menos força e contato mais amplo e em alguns casos é recomendado a utilização de procedimentos manuais, mecanicamente assistidos por instrumentos, respeitando a tolerância de cada paciente. Também orienta-se uma avaliação mais detalhada, definida previamente pelo quiropraxista, com testes menos invasivos, palpação menos profunda e amplitude de movimento menor, isto garante maior conforto e segurança ao paciente (RONDBERG, 1998).

Algumas limitações provocadas devido à idade avançada, como diminuição na amplitude de movimento, força e desconfortos em geral podem dificultar determinadas posições necessárias para os ajustamentos de técnicas específicas, por isso o protocolo do idoso inclui algumas adaptações dependendo da condição de cada paciente (GLEBERZON, 2001).




Segundo Gleberzon (2001), a técnica de ajuste quiroprática mais utilizada em pacientes idosos é a diversificada, 70.4% dos casos, seguida pelo protocolo ativador (Activator ®) com 28.3%; a técnica Thompson com 21.9% e 20.6% para outras técnicas. Muitos são os objetivos existentes no tratamento quiroprático, sendo que cada um deles deve ser conhecido para se construir um plano de tratamento. Estes objetivos incluem promover o bem estar, atual e potencial; remover interferências nervosas; reduzir a dor e dependência por fármacos; aumentar a mobilidade das articulações; diminuir a morbidez; aumentar a qualidade de vida do paciente e quando possível evitar cirurgia.


Idosos no Brasil e suas características

No Brasil, a faixa etária acima de 60 anos é a que mais cresce em termos proporcionais. Dados da Organização Mundial de Saúde – OMS 2002, indicam que, entre 1950 e 2025, a população de idosos no Brasil crescerá 16 vezes contra cinco vezes o crescimento da população total (SANT’ANNA; CÂMARA; BRAGA, 2003).
O envelhecimento é conceituado como um processo dinâmico e progressivo no qual há modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam perda da capacidade de adaptação de um indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos (PAPALÉO NETTO, 2002).
Não há uma consciência clara de que, através de características físicas, psicológicas, sociais, culturais e espirituais, possa ser anunciado o início da velhice. A Organização Mundial de Saúde estabeleceu como limite divisório entre o adulto e o idoso, nos países desenvolvidos a idade de 65 anos, e nos países em desenvolvimento, a idade de 60 anos (FREITAS et al., 2002).

Outras modificações importantes que ocorrem com o envelhecimento são as alterações posturais causadas pela flexão da coluna cervical; diminuição da largura do passo e dificuldade para levantar a perna, com tendência a arrastar o pé; aumento do tecido adiposo; aumento do tecido conjuntivo, que colabora para o encurtamento da musculatura, dificultando o movimento (SALDANHA; CALDAS, 2004).


Alterações neuro-músculo-esqueléticas relacionadas ao envelhecimento
A alteração degenerativa da unidade articular dá-se em uma seqüência chamada de espondilose vertebral, observada na grande maioria dos indivíduos com 55 anos ou mais. Estas alterações podem incluir a deterioração das articulações zigoapofisárias espinhais, a perda da altura das vértebras, o estreitamento do canal espinhal ou forame neural, a perda do espaço do disco intervertebral, as pontes ósseas e a calcificação do tecido conjuntivo periarticular. Clinicamente, essas alterações podem causar dor lombar generalizada e específica, comprometendo certas áreas de dor à palpação pontual, e redução dos movimentos da coluna vertebral (KAUFFMAN, 2001;EVANS, 2003).

Referências:

- FREITAS, Elisabete et al. Tratado de geriatria e gerontologia. Rio de Janeiro:
Guanabara-Koogan, 2002.
- PAPALÉO NETTO, Matheus, et. al. Gerontologia : a velhice e o envelhecimento
em visão globalizada, São Paulo: Atheneu, 2002
- KAUFFMAN, Timothy L. Manual de reabilitação geriátrica. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2001.
- EVANS, Ronald C. Exame físico ortopédico ilustrado. 2. ed. Barueri: Manole,
2003.


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